ZEITGEIST

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

E AGORA NOÉ? A BARCA FUROU!

Para o leitor mais incauto a epopeia de Noé é algo assombroso! mais as lendas são assim, distanciam o fato da realidade. A epopeia de Noé naufraga diante da lenda desvendada.

Você conhece a “Epopéia de Gilgamésh”?

Na “Epopéia de Gilgamésh” encontramos lendas anteriores aos escritos bíblicos, que misturam mitologias com fatos reais. Inclusive a lenda que fala sobre Utnapishtim (também chamado de Ziazudra ou Atrahaxes), e que relata que, o mesmo teria construído um imenso barco e com sua mulher teriam se tornado os únicos sobreviventes de um “Dilúvio universal”.




A história de Utnapishtim é um dos épicos mais antigos da literatura mundial, (pois teve origem numa raiz vital da civilização ocidental), e o seu charme, imaginação e conteúdo arquétipo, rivaliza com as histórias da vida moderna.
A lenda de Utnapishtim relata que, os humanos faziam tanta algazarra que os deuses resolveram afogá-los.

Na antiga lenda, Utnapishtim é um mortal que venerava o Deus sábio Ea.
E que vivia tranqüilo com sua mulher na Cidade de Shurrupak, localizada na margem do rio Eufrates, na parte central do Sul da Mesopotâmia (atual Tell Fará). Mas a Cidade desses “Noé babilônico”, assim como os humanos foi crescendo... Um dia, chateado com as brigas, o desrespeito e o tumulto dos humanos, o Deus guerreiro Enlil, sugeriu: “Vamos afogar esta plebe que perturba o nosso descanso”!
Como o Deus Anu e seus filhos: Enlil, Ea, Ninurta, Ennugi e Ishtar, também estavam aborrecidos com as algazarras dos humanos, que atrapalhavam seus descansos. A fim de afogar os humanos, eles concordaram em “abrir as portas do Céu, soltar as águas do mundo” e fazer cair sobre a Terra uma copiosa chuva de 07 dias e 07 noites. E assim o castigo proposto por Enlil foi aprovado por todos os deuses, que combinaram não avisar nenhum humano sobre o plano maquiavélico de afogá-los.
Mas como o Deus sábio Ea ficou resmungando por muito tempo alguns detalhes do castigo que ele considerava excessivo... O vento terminou levando o murmuro de Ea até UTNAPISHTIM, que mesmo estando sonolento, acreditou no que ouviu, pois ele sabia que determinados deuses eram maus, vingativos ou egoístas.
Sem perda de tempo Utnapishtim desmanchou sua casa de madeira e com o material que apurou, construiu um imenso barco de 03 andares comprido, largo e alto. Abandonou as riquezas materiais, e levou para o barco a sua mulher, muitas provisões e um casal de todas as criaturas existentes no local (tanto domésticas quanto selvagens). Durante 07 dias e 07 noites, a tempestade enviada pelos deuses açoitou o mundo e afogou tudo.
No oitavo dia, a chuva terminou e Utnapishtim que olhou do barco para fora e não avistou nenhuma outra criatura viva chorou. Mas isso foi só mais alguma gota de água, na imensidão do Dilúvio.
Vendo que o perigo havia passado, Utnapishtim atracou o barco no topo do Monte Nisir, onde soltou uma pomba e um corvo. A pomba retornou exausta, mas com um ramo de Oliveira no bico. Já o corvo não retornou, pois encontrara muita carniça para devorar.



Utnapishtim desceu do barco, se embebedou e discutiu com a esposa que o advertiu sobre as palavras duras que pronunciara, sobre os deuses terem tratado a humanidade como gado humano.
Apesar de Utnapishtim não sentir amor, ternura, gratidão ou mesmo admiração pelos deuses, mas sim, desprezo, inveja, medo e muita revolta...
Para minimizar suas blasfêmias, Utnapishtim resolveu sacrificando em holocausto um lindo filhote de carneiro que nascera durante o “Dilúvio”.
Quando o cheiro delicioso da carne churrascada se espalhou pelos arredores, logo apareceu Enlil, furioso e esbravejando, Por que um mortal do tipo que só serve para criar confusão escapou, se todos deveriam ter morrido?
Será que alguém traiu o acordo e avisou a esse mortal sobre o castigo?

Para acalmar os ânimos, o Deus sábio Ea, argumentou que a vingança fora pesada demais e que pelo menos o casal em questão não mereceria morrer, pois ninguém os havia avisado e fora o próprio Utnapishtim que pressagiara a enchente. Com o apaziguamento do Deus sábio Ea, a raiva de Enlil esfriou.
E Enlil acabou concordando que, apesar dos homens terem sido criados para adorar e servir aos deuses... Eles tinham o direito de escolher suas ações, e, além disso, seria bem mais agradável que os deuses tivessem alguém que os adorassem de livre e espontânea vontade.
Tendo se convencido de que o “barqueiro do Dilúvio” estaria pré-destinado a ter uma vida diferente e excitante, na tentativa de remediar o mal que os deuses fizeram, Enlil pegou sua espada e tocando com a mesma o ombro de Utnapishtim, que se ajoelhará ao seu lado, fez com que Utnapishtim e sua esposa, se tornassem imortais.

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